Segundo a Nutricionista Gisele Lima Coutinho:
“A introdução alimentar infantil, deve ocorrer após os 6 meses de vida e com ela a necessidade de ingestão de água, antes disso, não há a recomendação para ingestão de outros líquidos, uma vez que o aleitamento materno ou o consumo de fórmulas especificas para a idade já suprem a quantidade hídrica necessária para esta faixa etária.
A introdução de suco de frutas não é recomendada até os 12 meses de vida, visto que não traz nenhum benefício nutricional adicional. Nessa fase é recomendado estimular o consumo de frutas, que possui maior teor de fibras, mas infelizmente, o que ainda observamos é a introdução precoce de suco de frutas adoçados, naturais ou não, antes mesmo dos 12 meses de vida. Esta prática, em muitos casos pode fazer com que a criança perca o interesse pelo consumo de frutas e água, além de contribuir para obesidade e prejudicar a saúde dentária dos pequenos.
Crianças a partir de 1 ano podem consumir suco de frutas 100% naturais (não devem ser adoçados) e frescos, desde que façam parte de uma dieta saudável e equilibrada e não devem ser ofertados com intuito de substituir refeições, mas principalmente os ricos em vitamina C, podem ser oferecidos após e não durante as refeições principais, para favorecer a absorção de ferro da alimentação.
A recomendação de ingestão de água a partir dos 12 meses é de 1300 ml e a partir dos 4 anos deve aumentar para 1700 ml.
A água dever ser oferecida à vontade para as crianças entre as refeições e ao longo do dia, para evitar a necessidade de ingestão de líquidos nas refeições principais, pois o consumo de água, sucos e refrigerantes durante a refeição, podem provocar distensão do estômago fazendo com que a criança sinta saciedade precoce e não faça a ingestão dos alimentos necessários.
Já em relação ao açúcar, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a ingestão somente a partir dos dois anos de idade, mas ainda assim, após este período, deve ser ingerido com cautela, pois uma vez a criança acostumada com um certo nível de açúcar a tendência é de rejeitar outros alimentos menos doces, como é o caso das frutas que possuem seu dulçor natural.
A partir dos dois anos, a quantidade máxima indicada de açúcar diário é de até 25 g/ dia, o que equivale a aproximadamente 1 colher de sopa de açúcar ou 40 g de chocolate.
Vale lembrar que a inserção do açúcar não dever ser tratado como um método de recompensa, assim como sua proibição, não deve ser um método de punição, uma vez que hábitos deste tipo podem gerar transtornos alimentares futuros, mas uma alimentação saudável e equilibrada deve ser estimulada. Datas comemorativas como a Pascoa, devem ser estimuladas e incentivadas não só com o intuito de consumo excessivo de chocolates, mas pode ser uma oportunidade com inserção de outras atividades lúdicas que estimulem o aprendizado e desenvolvam a percepção infantil de aprender a fazer suas próprias escolhas moderadas e saudáveis.
Sabemos que, em nossa sociedade e cultura, bebidas açucaradas, refrigerantes, doces e chocolates representam hábitos enraizados nos familiares, portanto, é de extrema importância a colaboração dos pais nesta etapa, pois são os responsáveis por influenciar sobre o consumo destes alimentos nos primeiros anos de vida da criança, uma vez que os hábitos adquiridos nesta faixa etária se manterão até a vida adulta.”